Muitos silvérios, poucos joaquins, os males do brasil o são. assim falou
máriowald de andrade, famoso contrabandista de diamantina. era pra estarmos numa relax, numa tranquila e numa boa, mas a tigrada está solta nas ruas, nos jornais, na televisão, nas rádios, todos soltos por aí babando veneno. é hora de respirar fundo, manter a mente quieta, a espinha ereta, o coração tranquilo e, por via das dúvidas, estar pronto pra rebater todas as barbaridades do pig. enquanto isto, sal grosso e banho de mar.
dia destes meu chapa luis marcelo mendes me interrompeu espantado: luli quem? lucina quem? pois é com a lucina da dupla que esta playlist pede licença neste domingo de fim de feriado. pra quem ainda não sabe do que se trata, procurem saber…o lô borges novo tem música que já bate mais forte no meu peito do que qualquer capa de tênis. e prestem atenção: o disco do tênis é foda. hey marcos valle, ai que saudades de você, i feel not so cool, ouvir marcos valle do glue trip bebendo demais, fumando demais é uma das coisas mais pilantramente geniais da mpb (mpb???) é marcos valle, tudo, tudo se transforma…e a sua música continua maravilhosamente espetacular, como nesta faixa com freio aerodinâmico, de seu álbum de 1970.

uma conversa com paulo miklos, um quê de nina simone em the deirdre wilson tabac, banda que teve uma vida muito curta, uma versão pra lá de viajante de come together com os brothers johnson, uma viajecita chicano power com black sugar,
jack white, erasmo carlos, dorothy ashby e os mutantes numa sequência arrasa quarteirão.
semana passada afirmei por aqui que música com sino de vaca é pule de dez e já larga com 30 pontos de vantagem. pedro serra de olho no lance aproveitou a deixa e me mandou algumas bacanidades de seu grupo estranhos romànticos e aqui fica uma delas, super obrigado pedro!
bruce springsteen se declara em i´m on fire e stereolab…o que dizer sobre stereolab? posso dizer que se tivesse o dom de tocar algum instrumento, esta seria a banda que gostaria de tocar. que eles conseguem reunir paradas tão radicalmente diferentes, que conseguem ser alegres e melancólicos ao mesmo tempo. stereolab é como um filme da nouvelle vague cheio de climas londrinos. no link, uma matéria muito boa do guardian sobre o grupo.
https://www.theguardian.com/music/2019/sep/04/stereolab-songbook-tim-gane-laetitia-sadier

liza minelli faz versão pra lá de abusada de use me de bill whiters. emílio santiago faz versão pra lá de classuda de brother de jorge ben.
esta semana entrei num táxi, a música tava bacana, pedi pra aumentar o volume, acionei o shazam e era o durand jones com os indications. comentei com o motorista que o grupo estava tocando nas rádios, eu mesmo tinha descoberto ouvindo o rádio em outro táxi. o motorista falou que rádio coisa nenhuma, é a minha playlsit. quando cheguei no balcão, o corda bamba já tava com mais um seguidor e de vez em quando, é bom saber que existem motoristas em sp que não frequentam o horripilante sertanejo universitário. nesta canção durand jones não passa pano na américa de donald trump, assim como curtis mayfield nunca passou pano pra américa de nixon.
stephen stills mostra que o csn&y sempre teve um lance com a latinidade. e peter tosh mostra que nem todo reggae é easy going e allan tew, aparece cheio de climas, com uma faixa de seu disco de 76, drama suite, orange juice mostra que pop 80 é bacana mesmo e jerry lee lewis mostra que até kenny rogers teve um passado. dá pra conferir também nesta cena de the big lebowski, dos irmãos coen
os quatro trumpetistas, Dizzy Gillespie, Roy Eldridge, Harry “Sweets” Edison e Clark Terry, se juntaram em 1974 para gravar um álbum juntinho com o big joe turner. vale conferir a letra da música, que também foi cantada por Bessie Smith:
Não Interessa À Ninguém o Que Eu Faço
Não há nada que eu diga ou que eu faça
Em que essa gente não me critique
Mas eu vou fazer só o que eu quiser fazer
E não me importa se todos eles me desprezam
E se me desse na cabeça
Pular no mar
Não interessa à ninguém o que eu faço,faço,faço
Se eu for à igreja no domingo
Então apenas
rebolar
até segunda-feira
Não interessa à ninguém o que eu faço,se eu faço
Se meu amigo não tiver dinheiro
E eu disser “Toma todo o meu,querido”
Não interessa à ninguém o que eu faço,faço,faço
Se eu der à ele meu último centavo
E se isso for uma furada
Não interessa à ninguém o que eu faço,se eu faço
É, se eu prefiro que meu homem me bata
Do que simplesmente levantar e ir embora
Não interessa à ninguém o que eu faço,faço,faço
Eu juro que eu não chamo a polícia
Se eu levar uma surra do meu papai
Não interessa à ninguém o que eu faço,se eu faço
E aí tem Led Zeppelin e com eles eu abro o momento confusão generalizada numa sequência que tem Paul McCartney homenageando Ian Dury, Robert Mitchum e seu delicioso álbum de 1957 onde canta calypsos e outros balacos caribenhos; Walter Wanderley arrebenta tudo com os grilos de Marcos Valle e Gábor Szabó faz uma versão malandra de sunshine superman de Donovan. Os mexicanos do Nortec aparecem com um batidão tijuana, e Jadir de Castro manda um abraço e uma lição de baião.


Vanguart, banda de cuiabá na ativa desde 2002, chegando com uma sofrência de primeira, Bala Desejo, banda carioca chegando com uma saudade de rita lee fase lança perfume, mas atenção: não é só isto mesmo. The Flat Five é um grupo de Chicago que se reune eventualmente pois todos os integrantes são ultra requisitados vocalistas de apoio. Seu Ivan Conti, mais conhecido por Mamão, o baterista de 9 entre 10 estrelas, o baterista do Azymuth que nos deixou nesta semana, e nesta faixa a gente entende porque 9 entre 10 dejotas de fora se amarram em azymuth. Anelis Assumpção nos lembra que amanhã é segunda-feira, SOswaldo Nunes também lembra, mas liga o foda-se. E como vai virar padrão na corda quem abre, fecha, esta playlist encerra com Lucina cantando um amor de mulher.

é isto turma. entrem com tudo nesta semana, paz, amor, beijos, e lembrem-se, no fim do mês eu chego devagar! assinem, escutem, compartilhem, divulguem, escrevam, e fiquem na corda bamba!
E A PLAYLIST!

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