na corda bamba playlist 32, entre o disco inferno, o inferninho e uma vida quente e fria perto do paraíso

A semana foi de correria, o dedo do pé segue quebrado, a conta continua quase zerada, quem tem põe, quem não tem tira, o que entra sai, o que sai não volta, e se acorda animado e se toma café bem preto e bem forte, sem açúcar, com algum afeto, e não tem mais cigarros e o que parece animado no 08 já está se arrastando no 11, dormindo no 14, fugindo no 17, se jogando pela janela no 19 e volvendo no 22, pra tudo seguir meio parado meio girando no dia seguinte. E com estas frases bestas e nada desconexas NA CORDA BAMBA começa mais uma espetacular playlist. Lembrem-se que o pix é: fabpmaciel@gmail.com e quem quiser assinar é só rolar até os botões vermelhos lá embaixo ou ir na aba assine na página inicial do blog.

A playlist de hoje abre com Funk como Le Gusta, já toquei aqui outras músicas deste disco, mas tava esperando uma chance de começar com a fala meditação coach não é gente podcast rádio 171 que eles fizeram pra abrir os trabalhos em Roda de Funk no já distante ano 2000. Saravá!

funk como le gusta me gusta

Semana passada conversando com Otávio Machado, também conhecido como Dr.Ota, e provavelmente o dentista que tem a melhor seleção musical do planeta em seu consultório, ele reclamou pacas da qualidade do som do spotify, da compressão, da falta de graves e, principalmente, da enorme miséria que eles pagam aos músicos. Concordo com tudo. Mas o spotify foi a plataforma que eu escolhi pra fazer a corda bamba chegar no maior número de pessoas. E tenho que admitir, eles tem acertado nas sugestões de coisas para mim. Mais nas sugestões de coisas antigas, do que nos lançamentos. Aparecem umas coisas como o AIR, não a dupla francesa hype bacanuda dos anos 90, mas um grupo americano de jazz-rock, em um álbum de 1971, que tem uma vocalista que canta bonito pacas.

air 1971 bem diferente de air 1991

A primeira vez que ouvi o TAM TAM TAM, o disco de José Prates lançado em 1958 eu entrei em transe. Porque ouvir este disco, numa versão pior, mas muito pior do que a compressão do spotify, era como ouvir uma música brasileira em transformação quase que simulltânemente à da bossa nova. Era como ouvir a áfrica, a bahia, o maranhão, pernambuco e rio, tudo junto ao mesmo tempo e orquestrado de forma cinematográfica. Nanã Imborô tem o refrão de Mas que Nada, e diz o Tárik de Souza que Jorge Ben nunca escondeu isto. Depois de TAM TAM TAM a fila só pode andar com algo que tenha a mesma calibragem, e Airto Moreira, nos mantêm no transe, e, cacilda, andei andei andei é foda!

Tam…Tam…Tam…
airto saindo das profundezas

Fausto Fawcett fazendo a passagem, tirando o encosto e chegando com o básico instinto, vou amar, vou amar, vou amar, andei, andei, andei, e voa, voa, voa no forró rasgado de Zé Ramalho no disco sensacional de 1978 e um dia eu ainda vou conversar com o Carlos Alberto Sion pra ele contar um pouco sobre ele (e alguns outros) .

básico instinto e sorte de quem viu o show na época

O bonde avança com Manu Dibango e depois com Afrika Bambaata e Gary Numan seguindo com a maiqueljequisoniana Don´t stop til you get enough em reagge dance com Derrick Laro & Trinity e mais Jamaica com Chariot Riders, estas duas eu tirei de uma das ínumeras coletâneas incríveis que o selo inglês Soul Jazz Records coloca no mercado. e seguimos no choque, são paulo não é sopa, e não é mesmo, com Aláfia, Tássia Reis e Marcela Maita e vamos pra Salvador com Yan Cloud perguntando qual é a sua filosofia de liderança e todos sabem que esta lenga lenga não nos leva pra lugar nenhum, mas nos leva pra Miriam Makeba cantando o sucesso de Buffalo Springfield, canção que foi gravada por muita gente, a versão de Sérgio Mendes pra mim é das melhores, e da África do Sul vamos para o Rio Grande do Sul com a banda Dingo e seus funcionários do mês, querendo dizer querida cheguei…provavelmente ouvindo summer breeze, outra que tem mil versões e nunca vi ninguém conseguir estragar, e se é com Ramsey Lewis, então, deixem rolar por que é demais. Demais também é Jorge Ben, Jorge Benjor cantando Comanche, Helio Matheus cantando Mais Kriola, desgruda da cintura dela! não deixa essa mulher te levar, você não sabe a responsabilidade que dá, e o Trio Mocotó que sabe como administrar a bronca segue cantando Kriola e depois Evinha esperando pra ver.

soul jazz records e todos os choques possíveis pelo mundo

O lance é que este primeiro disco da Sade tocou tanto, e continuou tocando tanto em todos os cantos do planeta que acabou fazendo muita gente não querer saber mais dela. Bobagens. Ela é linda, o disco ídem e azar de quem não namorou ouvindo ela cantar. E já que o clima é sofá cama, vamos com The Cruzaders, e engatamos com Nico Gomez e seus afro percussionistas, o lance esquenta com Skeewiff, esquenta mais com The Clash, Steppenwolf e Bo Diddley pra finalmente respirar com Marc Ribot e seus cubanos postiços, Pete Wingfield e Gilberto Gil, de seu disco americano Nightingale, que contou com uma little help of Sergio Mendes. Johnny Hooker mantem a Bahia no radar com Caetano Veloso,

Clarice Falcão chegando com disco novo e uma fossa dançante e chegamos num momento meio rádio pop, meio viajandão, meio bagulho do bom, tema de tv e cubanidades com Black Harmony, J.J.Cale, Roxy Music, Earth, Wind and Fire, a trilha de abertura de The Odd Couple e Carlinhos Brown com Marisa Monte (tentem dizer que o disco de estreia de Carlinhos Brown não é bom…

manifesto pra ouvir do começo ao fim

Mudança de giro com Sebastião Tapajós, José Mauro, no disco que ele fez com uma jovem Ana Maria Bahiana e depois Edu Lobo e o inacreditável Rogério Skylab, aqui com o meu amigo de escola Marcelo Birck, que já prometeu que quando terminar o doutorado, mestrado, sei lá, algum destes ados acadêmicos que sempre levam uma eternidade, enfim, ele prometeu que vai colocar sua espetacular discografia aqui no spotifai.

jose e ana maria e o fim de um enigma

Se tem The Clash, tem Big Audio Dynamite também, e tem Daft Punk com Pharrel Williams, Durand Jones & Indications, e se vocês acharam que ia virar fm boate básico instinto,acertaram, Oliver Nelson com Cool, seguido pelos tuaregues do Tinariwen, pela rainha suprema de qualquer reino, Aretha Franklin, por uma súdita de muita responsa, Marie “Queenie” Lions, e encerramos com mais do maestro José Prates e do Funk como Le Gusta!

malditos cariocas e malditos gaúchos

A corda agradece muito a chegada das muitas gentes que chegaram ao longo desta semana e hoje a Cyntia Motta Martins e a dupla??? Os Guilhermes??? A foto da capa é minha, é o Vicente correndo na cinemateca. É isto moçada. Tá tudo jóia! Repliquem, comentem, compartilhem e etc. PAZ! e FARRA!

LINKS, LINKS E MAIS LINKS!

ed motta fala do maestro maranhensa josé prates, e de seu trabalho no grupo de teatro, dança e música TAM TAM TAM:

achei um pouco mais de informação sobre eles no toque musical:

no ggn:

e na bibioteca nacional

também não conhecia o som de hélio matheus que partiu em 2017. não sei se ele fez sucesso na época, não lembro das músicas dele tocando no rádio nos anos 70. tô fuçando mais, vou ouvir mais, mas a amostra aqui do mais kriola, pra mim é arrasador. aqui uma matéria no blog https://vinilcdbrasil.blogspot.com/2022/04/

básico instinto para analisar no célula pop:

básico instinto para ler:

a soul jazz records foi a responsável por me mostrar que a música jamaicana vai muito, mas muito além de Bob Marley e Jimmy Cliff. O selo lançou discos de música brasileira e latina, de música africana, de jazz de vanguarda dos anos 70, de folk inglês e principalmente, de todos os movimentos que entraram em combustão ao longo dos anos 60 e 80. discos sobre os chicanos em los angels, sobre os latinos em ny, sobre o rap em miami, os diversos estilos que se encontram em new orleans. e todos os discos costumam vir com encartes, fotos e textos pra lá de explicativos. aqui vai o instagram do selo e a rádio que stuart baker, o fundador do selo comanda em londres.

não lembro se já rolou aqui, se já, vale repeteco:

ana maria bahiana escreveu sobre seu disco com josé mauro

uma cena de the odd couple:

SEGUINTE:

AFONSO BORGES manda avisa que a fliparacatu vem aír:

PAULO SCOTT manda avisar que vai estar por lá com TOM FARIAS:

VANDA KLABIN manda avisar que a abertura da exposição TOZ, Permutações Cromáticas, abre QUARTA-FEIRA, dia 23 de agosto de 2023, a partir das 18h, Galeria Movimento, Rua dos Oitis 15, Gávea,

BEBETO ABRANTES manda avisar:

PEDRO SERRA manda avisar que também vai estar por lá na super bacanuda:

E A PLAYLIST!