sonho: estou em paris, em um salão luis qualquer quinze, acompanhado de um bando de artistas plásticos. observamos uma pequena fila que termina em uma mesa, onde um cara com cabelo de noel gallagher entrega uma senha ao felizardo da vez. sorrisos. não sei exatamente o que está acontecendo, se aquilo é uma performance ou uma defesa de tese. olho pro lado e os artistas desaparecem. me dou conta de que preciso entrar naquela fila também, só que agora ela está gigante. tento dar um joão sem braço, mas os caras da fila são brasileiros e com conterrâneo o caô não cola. chego de lado no cara de oasis e conto que estava com o grupo de artistas. ele anota num papel: prostituée. respondo em inglês, não. sou cineasta, movie maker, you know? tenho um tio que mora aqui desde 72, um velho comunista, que trabalhava pra união soviética durante a guerra fria. o liam sorri e manda eu voltar novamente em 30 dias. acordo com a sensação de dever cumprido. freudianos, junguianos e lacanianos de todos os botequins do planeta: uni-vos! Na Corda Bamba edição 76, com a playlist 48 está chegando.
a argentina trocou o peronismo pelo perronismo (márcio pinheiro)
toda geração tem um pai ou mãe de filho ou filha adolescente pra levar pro show da taylor swift que cada geração merece.
selecinha.
O baixista argentino, Pedro Aznar é fã de Jaco Pastorius e de Pat Metheny. Foi parceiro de Charly Garcia no lendário Serú Girán. Em 2005 Aznar gravou um disco ao vivo chamado Canta Brasil e abriu o show com uma linda versão baixo fretless de A lua girou. Nos anos 80 ele fez com Charly Garcia um álbum chamado Tango, que também é uma belezura. Pasajera em Trance é uma canção absurdamente linda, com um baixo de arrepiar. Aznar e Charly abrem esta corda. Saravá hermanitos! Pena que uma parte de seus conterrâneos escolheram um boludo de mierda para governar o país. Mas triste mesmo é saber que por aqui, tem muita gente catita e legal comemorando. Um alfajor pra quem adivinhar qual jornalista do mercado estava exultante com a possibilidade da petrolífera argentina ser privatizada.
New Order. Não prestei atenção em 86. To prestando agora.
Maurício Valladares abriu o Ronca Ronca da semana passada com Miles Davis e Maria Alcina, Fio Maravilha. Não lembrava de como é boa a versão dela para esta música, que na época, tocou mais do que a de Jorge Ben, autor da canção. Esta semana Valadão virou o disco e mandou Charles Jr. Maria Alcina precisa ser estudada, reouvida, recontada. Fui fuçar e descobri que ela é de Cataguases -cidade que merece sozinha um documentário- que trabalhou no circo, que depois do sucesso total em 73,74, foi proibida de aparecer na tv por “comportamento inadequado e atentado ao pudor e à família brasileira”.
Dobradinha Red,Hot and Lisbon e Red, Hot and Rio: Smoke City e Cesária Évora, acompanhada de Caetano Veloso e Riuychi Sakamoto. O projeto Red Hot começou nos anos 90, inicialmente para combater a desinformação e o preconceito contra vítimas de HIV. Ao longo dos anos foi se transformando numa rede de projetos de cidadania, inclusão e todos aqueles ativismos que gente como o atual presidente boludo e os jornalistas de mercado odeiam. Em quase 30 anos, o projeto lançou discos com encontros espetaculares (como este de Cesária com Caetano e Sakamoto) e, conseguiu convocar cineastas da pesada como Jim Jarmuch, Wim Wenders, Alex Cox para os videoclips.
Em frente com Super Eagles, DJ Dolores e Jr.Black, Afrika Star, The Psychedelic Aliens, Cream e o inusitado cidadão de Passo Fundo, Marco Benvegnú, que também atende pela alcunha de Irmão Victor.
Dica do irmão Luis Marcelo Mendes, o afrosaarabeduíno Saif Abu Bakr, o piano de Gene Russel, o rap de Mc Solaar, Thandii, Nômade Orquestra e uma sequência quase na mesma levada de Besouro Mulher, Young Marble Giants, Pio Lobato e David Bowie.
Bloody Well Right é uma canção esquecida de um disco injustiçado: Crime of the Century, do Supertramp. O bonde segue com Arto Lindsay, Luiz Melodia, Ava Rocha, os novíssimos Y La Bamba, Serpent (dica de Pena Schmidt), The Circling Sun, os velhíssimos Super Elcados, e os novos Psiqué e Eli & Harry.
Feliz de quem ouve a Roberta Sá dizer que te ama, ainda mais quando ela está acompanhada de Gilberto Gil e Jorge Ben. Feliz de quem pode ouvir Rotary Connection, a única coisa rotariana que vale, e coragem é preciso pra ouvir Glenn Branca, Sumo, Lives of Angels e a espanhola Susana Estrada. E apesar de tudo, Lobão e os Ronaldos, que tem os tipos que eu não fui e os tipos que ele já foi, e em algum momento, ele foi legal.
Na curva com The Feelies, Peter Schilling, que redescobri alguns anos atrás na ótima série Deutschland 83, o santo antônio do Hermeto Pascoal (aqui sem a fala maravilhosa de uma velhinha, que narrava o dia de Santo Antônio, que não rola aqui no istrimingui) , o jazz latino, malandro, pilantra e delicioso de Dave Pike, o piano de Sakamoto, e na reta final, Nara Leão, Gilberto Gil com Jorge Ben, Pat Metheny -na lindeza total de the search, Gonzaguinha, na lindeza total mesmo de Lindo Lago do Amor, e Charly e Aznar fechando a parada toda! Saravá! O natal tá chegando: assinem NA CORDA BAMBA, ou colaborem com qualquer valor no pix: fabpmaciel@gmail.com
PAZ!
A imagem da capa desta edição é da escultura Índia, feita nos anos 30 por Cássio MBoy e ela está no MAC-USP em São Paulo.
LINKS! LINKS! E MAIS LINKS!
come ananás e não privatizarás:
maria alcina vai ganhar documentário, pelos olhos de elizabeth martins campos, que também fez “My name is now, Elza Soares’
paulo henrique alonso fez o guia sobra a arquitetura modernista de cataguases: https://sv2.fabricadofuturo.org.br/guiamodernista/GuiaCataguases.pdf
até 2021 o escritor nascido em cataguases, luiz ruffato publicou este blog, uma espécie de biblioteca básica dos clássicos da literatura.
https://lendoosclassicosluizruffato.blogspot.com/
o site do projeto red hot:
o novo projeto red hot:
debby harry & iggy pop no red, hot and blue:
a abertura de Deutschland 83:
a série passa no prime:
E A PLAYLIST!
fabiano maciel na corda bamba 
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