Em 1998 fui convidado pelo Renato Barbieri para fazer a campanha política de Orestes Quércia, que se candidatava mais uma vez ao governo de São Paulo. Antes que alguém atire uma pedra, eu já vou avisando que o bodoque tá de prontidão na mão esquerda. Eu morava no Rio e naquela época São Paulo era para mim o túmulo do samba, o túmulo da bossa e o suprassumo da chatice e da inviabilidade da vida urbana. A campanha tinha uma equipe de 90 pessoas e foi lá que eu conheci gente como o Di Moretti, a Gisela Rao, o Rui Amaral, o Daniel Santiago, a Claudia Minari, a Cristina Braga, o Arnaldo Ouro e o Mario Manga. Ou seja, tinha um time da pesada trabalhando pro doutor Orestes. Um dos roteiristas era o Guilherme Vasconcelos, que trouxe com ele seu duplo, o Ademir Rodrigues, um sujeito multiuso, que fazia pesquisa e de vez em quando ia pro estúdio interpretar um taxista do Bixiga. Se eu já achava a cidade chata, Guilherme e Ademir se esforçavam pra que eu achasse ela pior ainda. Vamos te levar num verdadeiro boteco paulistano. E me carregavam pro Sorriso, provavelmente o bar mais deprimente que já bebi. Tá certo que ele não tinha nenhum raio gourmetizador, era só 51, cerveja em copo americano e qualquer coisa envolvida em muita fritura vencida. Isto é um boteco de verdade, meu, não é aquelas frescuras da Vila Madalena e de Moema que tu anda frequentando, eles diziam. As afinidades com a dupla eram muitas: políticas ( Getúlio, Brizola e a clareza de entender que no Brasil, o centro é sempre de direita) musicais (boleros, tangos e sambas canções) e literárias: tudo e qualquer coisa da cultura de massas e principalmente da subcultura de massas dos anos 50,60,70. Gibis, fotonovelas, livros de bolso, romances policiais, o fórum da ele & ela. Eram os parceiros perfeitos pra beber e falar de Augusto de Campos e de Oswald, mas também de Zé Trindade e de Paulo Silvino. A campanha acabou, o dinheiro farto também, eu voltei pro Rio de Janeiro e um ano depois Guilherme e sua espetacular companheira Beá Meira se mudaram para o Leme, onde ficaram por quase duas décadas. Guilherme foi correr atrás de seu sonho…a frase é brega linha coach não é gente, mas como o Guilherme tem uma das maiores coleções de discos brega do país, faz sentido, e ele foi ser escritor de novelas na Rede Globo. O nome dele tá em obras como A Diarista, Malhação, Os Dias Eram Assim, Em Família e Três Irmãs. Ele também é um dos roteiristas da série Pedaço de Mim, que tá bombando geral na Netflix. Há poucos anos, Guilherme e Beá voltaram para São Paulo. Ademir eu tô tentando entrevistar, mas atualmente ele só atua nas sombras. A Beá vai, muito em breve, dar uma canja por aqui. Então me resta o Guilherme, o Toni Manero de São Caetano. Antes de começar a entrevista, devo dizer que desde 1999 recebo um telefonema no carnaval. É uma ligação ritualística, tipo a que o Nelson Rodrigues fazia todo natal pro Alceu Amoroso Lima. E a conversa é sempre a mesma: alô? quem é? é quem? o senhor tá vendo a Mangueira entrar na avenida? Ainda bem que eu tenho amigos que jamais vão abandonar a quinta série. E ainda bem que eu nunca mais entrei no Bar Sorriso. Saravá! E claro, nesta edição, a espetacular playlist 83 chega junto, cheia de amor e de enrolation.

Como foi crescer com Chico Buarque numa orelha e Lindomar Castilho na outra? Chico Buarque sim, Lindomar Castilho não, mas Evaldo Braga sim. Minha mãe era fanática pelo Chico, comprava todos os discos e escutava sem parar. Eu também acabava escutando tudo e aquilo entrava na veia né? A filha da vizinha, a garota que eu tentava me enroscar, ela era fã do Roberto Carlos e tinha todos os discos dele. Então também fiquei fanático pelo Roberto Carlos. E a Zefinha, a empregada, era fissurada no Evaldo Braga, e sempre que tava só nós dois, ela chegava com disquinho lá, o compacto e pedia para eu tocar Só Quero. Guilherme canta: “nesta cidade todos têm felicidade só eu vivo a lamentar”...E a partir daí, dessa chave do Evaldo Braga eu me encantei com a música brega. Então são essas três fontes: Mamãe–Chico Buarque, Márcia Regina–Roberto Carlos e Zefinha–Evaldo Braga.

E como foi crescer com um olho no Chacrinha e outro na novela ? Lá em casa não se via muito Chacrinha, a não ser quando surgiu a televisão colorida. O programa do Chacrinha foi um dos primeiros a ser transmitido em cores. Aquilo foi um acontecimento. Então quem queria ver colorido, tinha uma desculpa para assistir o Chacrinha. Mas novelas todas. Comecei a ver novelas com 5 anos de idade, antes da explosão da Globo que foi com Véu de Noiva e a partir daí até outro dia, que agora não vejo mais. Mas foram quase 50 anos né? 50 anos! Vi Sangue e Areia, eu queria ser toureiro que nem o Tarcísio Meira, imitava os personagens, Carlão… o Semideus ,sempre Tarcísio, vulgo Leonardo Filho, e infelizmente o Dino César da cenoura na novela Duas Vidas, sempre novelas da Janete Clair né? E como eu imitava ele antes da cenoura, quando a cenoura entrou na vida dele, entrou na minha vida também. Mais um capítulo à parte e se você quiser eu desenvolvo porque realmente dá uma novela.

A cenoura na sua vida ou na do Mário Gomes? Deixa pra lá…Você lia fotonovela? Eu lia a das empregadas e roubava os pôsters…a Nádia Lippi, a Sandra Barsotti, Silvia Bandeira, Monique Lafont.. Eu era realmente apaixonado por fotonovela. Lia as fotonovelas românticas. Em casa não tinha mas…as beiradas né? Eu tinha uma tia, irmã do meu pai que lia, aquelas fotonovelas italianas e tinha uma série de fotonovelas masculinas com agentes secretos e tinha uma que era super perversa, chamada Killing, um cara que aparecia sempre com uma roupa de caveira e era mestre dos disfarces, ele era bandido, era totalmente amoral, torturava mulheres…um negócio…eu tenho alguns exemplares…


E quadrinhos? Quadrinhos todos. Eu não sei por onde eu comecei, mas eu sei que eu li tudo. Tinha uma época que eu lia muito EBAL, que tinha o material da DC né? E acho que tinha Marvel também, era tudo da EBAL mas eu tinha uns 9 anos e ela vinha com a tarja assim: proibido para menores de 13 anos e aí eu falei: mãe olha só, eu li esse gibi que é pra 13 anos. Aí ela proibiu. Em compensação, liberou para eu ler Disney, então comecei a ler tudo do Disney. Teve uma época que eu tinha que esperar a minha irmã na porta da escola pra gente voltar junto de ônibus e aí liberaram para eu comprar gibi na banca da praça, puta merda, no primeiro mês… que conta é essa??? Tinha comprado simplesmente todos os gibis que saíram naquele mês, independente do que fosse. Então conheci tudo: Meio-Quilo, o Marinheiro, Lili a garota modelo e outros clássicos que nunca mais se ouviu falar.

Você falou nas beiradas, mas as beiradas eram muitas…Tinham os livros de bolso também. Que eu li muito pouco, mas adoraria ter escrito alguns… Livros de bolso não me lembro muito de de ter lido. Tex li muito. Ás vezes minha mãe ia para o aeroporto, e tinha uma banca gigante no aeroporto de Congonhas, ela ia buscar parente, levar parente e eu sempre pedia para trazer Gibi e ela comprava aleatoriamente. Um dia ela veio com o Tex. E aí eu me encantei. Li muito, muito, muito, muito. Pareciam filmes. Decorava aquelas paisagens, aquelas informações daquele universo americano, apesar de ser italiano. E as revistas. Em casa sempre tinha Realidade e Veja. Mas do mundo, qualquer dentista, casa de tio, a Manchete era onipresente, um pouquinho de Fatos e Fotos.

A telenovela ajudou a formar a sua visão de mundo? A telenovela criou a minha visão de mundo. Eu anotava, recortava, comprava a revista Amiga, essa sim, eu comprava por conta própria, sensacional. Que grande revista! Tinha tudo, o mundo da música, da música brega, fofocas e matérias interessantes…tinha uma época que vinha com fotonovela brasileira, fotonovela em cores…Mas a a telenovela forjou a minha vida. Teve uma novela onde o Tarcísio Meira fazia um duplo e foi sequestrado. Eu tentei espalhar essa notícia em São Caetano, que eu tinha sido substituído por um sósia…eu vivia no mundo da telenovela completamente. E depois, trabalhei com isto, né?
Uma vez você contou que o melodrama surgiu como uma forma de escapismo pós revolução francesa…O melodrama era mais que escapismo. Ele era o canal daquele espetáculo todo que acontecia né ? O Robespierre fez um um ritual do Deus…ele não chamava Deus, era, sei lá, o ser racional, a Deusa razão, que era um espetáculo, uma escola de samba né? (dei uma pesquisada, era o culto ao ser supremo) Sem falar dos crimes, dos personagens da revolução, tudo aquilo era processado na ficção através do melodrama que surgiu no teatro, depois invadiu com a mesma essência os folhetins de jornal e daí foram pro rádio, pro cinema e daí ninguém segurou mais. Fotonovelas, gibis tudo foi influenciado por isso aí.
Existe uma pressão muito grande sobre quem escreve telenovela, obviamente pela audiência e pelo valor pago pelos anunciantes naquele horário…Eu estudei muito o que acontecia antes do que eu vivi em televisão. Depois mudou tanto que já nem me arrisco a falar mais como é… Mas no auge da Globo não tinha pressão. Raramente tinha uma novela que fracassava, que era considerada fracasso. Por exemplo, O Rebu, ele ficou com 25% do do IBOPE naquele horário , a novela das 10 da noite, e não foi considerado fracasso, deixaram o cara fazer a novela dele. Depois teve mais pressão, tinha gente que tinha enfarte, o Gilberto Braga no Dono do Mundo chegou a fazer psicanálise todos os dias da semana, tinha gente que não sabia lidar com isso, outros lidavam bem, aproveitavam as crises para renovar a novela…também é um assunto que merece detalhamento.

A sua vidinha classe-média, te ajudou a escrever A Diarista? Bastante. Porque eu convivia muito com as empregadas né? E elas achavam a minha irmã metida besta, e tal, mas eu ficava batendo papo, sabia dos namoros, daquela realidade, daquele mundo e me sentia muito à vontade.
Malhação deixou algum legado? Eu não assisti, não era mais adolescente. Sabendo hoje em que se transformaram uma boa parte dos atores, acho que não perdi muito…Dramaturgicamente duas ou três temporadas. Eu lembro de uma do Lombardi, a primeira né? Que era do Lombardi, com Francisco Cuoco e Cláudio Heinrich, era engraçado. Depois teve uma outra da Vagabanda e mais uma ou duas, talvez a do Cao Hamburger, certamente a da Rosane Svartman, mas em geral, só marcou quem assistiu, os adolescentes da época. Mas serviu muito para formar atores, tem os malucos que nem o Mário Frias, mas tem a Marjorie Estiano, por exemplo, que é uma grande atriz. Então acho que serviu para isso. E pra consolidar aquele formato Globo de entrar na dramaturgia, começava no Vale a Pena Ver de Novo, que fazia a ponte e seguia nesse crescente até a novela das 11, as séries e sei lá o que mais.
É possível definir o que é brega? Uma das dificuldades disso, é que esse conceito passou né? Brega foi um fenômeno que a gente viu começo meio e fim, a nossa geração viu isso. Eu acho que com esse universo Agro que dá um glamour para esses superstars dessa música que a gente nem escuta… hoje vi um cartaz, Gustavo Lima, eu falei, puta que o pariu, não tenho a menor ideia do que esse cara canta, só sei que ele é um imbecil.

Eu não sei porra nenhuma desse universo, não quero saber e discordo geral de quem diz que é preconceito ou elitismo. Eu acho ruim mesmo. Os arranjos pasteurizados, os vocais gemidos, o visual caradeluan neymar convenção do republicanos, uberababá tá me chamando pra gemer cheio de guampa na testa…Não sei se esse preconceito é equivalente ao que havia contra a música brega. A música brega tinha uma verdade que falava dessa classe trabalhadora migrante e sua solidão. E eu lembro que a Zefinha contava, quando ela botava pra tocar o disco do Evaldo Braga, “nesta cidade todos tem felicidade”, ela contava que ele tinha sido preso e que ele tinha feito essa música na cadeia. Depois eu li a a biografia do Evaldo e não me lembro dele ter sido preso. Acho que era uma fantasia dela. Mas ela se identificava com isso. Aliás, na biografia, descobri que o Evaldo teve no orfanato junto com o Dario, o Dadá Maravilha. Que tava no orfanato porque a mãe dele se matou. Se incendiou…Dona Metropolitana se chamava ela… Belo livro essa biografia do Evaldo Braga…
Mas o que é brega? Não sei. Tem uma ladeira em Salvador, da cidade baixa pra cidade alta, a Manuel da Nóbrega. E dizem que a placa ficou apagada ficou Nobrega e tinha um baile lá e isso era o brega…Aí virou sinônimo de luta de classe, essa polarização, porque tinha o chique e o brega. Mas o Waldick Soriano rompeu isso espetacularmente, namorando Beki Klabin, então havia uma comunicação. E Caetano também se aproximou do Odair José…mas, o que é brega? Isso merece uma reflexão profunda. Mas o que eu sinto no brega, e sempre senti, é muita verdade. Você vê as crônicas que o Odair José fez e outros grandes, você tem um universo ali contando como era a vida dessa gente né? Para além dos bares e das brigas de casais dos sertanejos de hoje. Era muito mais profundo.

Fica difícil não parecer saudosista, mas o fato é que até a cornitude já foi mais bem cantada. E olhando em retrospectiva, nos anos 70 até o quinto escalão da música brasileira era bacana. Veja bem, eu acho que estamos num ótimo momento, que tem uma nova turma da pesada. O problema é que esta nova turma a gente só ouve no spotify. A Rádio USP tem um programa sensacional acho que começa às 6 da manhã, chama Memória Musical, começa tocando músicas dos anos 30, 40, 50 depois vai pra Jovem Guarda e pega uns caras da Jovem Guarda que tinham um pezinho na música brega, que andavam de mão dada com a música brega, tanto nos arranjos quanto nos temas. É o caso do Reginaldo Rossi. Apesar de que a Jovem Guarda não falava, não fazia essa crônica social. Agora, como evitar o preconceito ? Com funk e com o sertanejo? Eu também fico pensando nisso. Mas sei lá. A gente tem um limite de saturação também, né? Então é difícil penetrar nisso hoje. Eu já consigo achar alguns funks antigos interessantes. Não sei se o tempo ajuda ou se a gente, com o tempo, diminui o preconceito.
Por que o mundo acabou em 1973? O mundo acabou em 1973 porque tudo deu errado na minha vida aos 12 anos. Eu não tinha amigo, não tinha namorada, fui execrado pela classe- merecidamente- eu descobria o telefone das meninas pelo sobrenome e ficava ligando, não falava nada, mas aquilo criou uma celeuma e descobriram que era eu e aquilo pegou mal pra caralho, e além do que eu era CDF, não passava cola. Sei lá. Tudo deu errado. Mas foi interessante, deu errado de um jeito que me deu muita lucidez também. Naquele momento eu tive a clareza de que eu tava aprendendo como o mundo funcionava. Então aquilo me deu a base pra enfrentar tudo o que veio depois. Tanto que não ficou um sabor amargo. O livro O mundo acabou em 1973 foi um pouco para contar isso, aquele universo tão importante, o rito de passagem do personagem principal por causa de amor. Mas o personagem principal era muito mais bem resolvido que eu né? Ele tinha amigos, ele era um cara esperto. O personagem que que eu me identifico é o Dino Barbosa, o CDF que roubou o caderno de enquete, que entrega, que deixa o outro se ferrar por causa dele, um sujeito sem caráter e totalmente desprezível. Esse sou eu.

E você segue sendo desprezível em 2024? Ou isto começou a ser curado com o Asteróide Amor? Asteroide amor é em 1975, totalmente anos 70, é uma trilogia junto com o Mortinho do Mar Casado, que é 1976. O protagonista de O mundo acabou em 73 tem 12 anos, o protagonista do Mortinho do Mar Casado tem 10 anos e o protagonista do Asteroide Amor tem 14, 15 anos. Esse protagonista do Asteroide Amor é o Dino Barbosa, é o mesmo personagem de 73 piorado. Não sei se você leu, se você lembra, mas tem cinco ou seis casos de sabotagem de bicicleta, roubo de dólar, etc, etc, e todos os crimes investigados no livro tem um único culpado. Adivinha quem?
Eu li sim, claro. E acho que são todos cinematográficos. É claro que é literatura, que existem recursos, técnicas, jogadas narrativas que são essencialmente literários, mas há uma trama, a gente fica na expectativa de descobrir o que vai acontecer com os personagens. E tem também a identificação que é da geração que viveu estes anos. Eu sei identificar um Maverick ou um Dodge 73, 74, 75. Mas não sei nome e nem modelo de nenhum carro fabricado depois dos anos 80. Eu penso sempre como filmes também, apesar de ter grande prazer literário com as palavras, com o encadeamento do texto. Quando eu tô escrevendo é como se eu tivesse assistindo e ouvindo. E aí vou anotando.

Pra encerrar. Quando eu vejo o sucesso do Canal Viva, com legiões de saudosistas das novelas do passado, inclusive de algumas novelas ruins do passado…Quando eu vejo o sucesso das novelas turcas agora em todas as telas existentes…Tá certo que as turcas são lindas, mas as novelas são toscas e os galãs todos se parecem com os cantores do agro…Bem, o lance é, o mundo gira, a lusitana roda e provavelmente no próximo século, se ainda houver gente por aqui, haverá uma horda de gente assistindo em 50D o Direito de Renascer em Vênus, Vale Tudo em Marte... A resposta é o gênero: o melodrama. O melodrama ele tem esse apelo há duzentos anos, desde a revolução francesa, com todos os defeitos e algumas qualidades, é um formato muito característico e os melhores melodramas que são oferecidos hoje são esses antigos da Globo e os turcos. Talvez a Globo tenha perdido a mão no melodrama nos últimos anos. Por isso essa busca do passado. Por isso essa busca no exterior.
A série da Netflix com a Juliana Paes tá fazendo sucesso no mundo inteiro. Porque se trata de melodrama. Se você for ver as críticas feitas, à obviedade e ao exagero do texto, são as críticas que o melodrama sempre recebeu. Então é a perenidade, a atualidade do melodrama nessa sociedade que a gente vive e que foi instaurada com a Revolução Francesa. Podemos chamar de sociedade burguesa. E entre características do melodrama nesse caso: A PUBLICIDADE DA VIDA PRIVADA.
E assim fechamos mais uma gloriosa entrevista de Na Corda Bamba, nos links mais algumas bacanidades feitas pelo Guilherme Vasconcelos. A corda segue precisando da sua ajuda, pra seguir por aqui, falando de temas fundamentais para a nossa transcendência no planeta e fundamentais para minha sobrevivência em São Paulo. Mais abaixo, nos botões vermelhos, as opções de assinar este glorioso blog. Você também pode ajudar direto, no pix fabpmaciel@gmail.com Qualquer valor tá valendo.
Se liguem que tem playlist também, a 83. Foda como sempre.
A capa mostra um detalhe da revista policial Jenifer. Especial de primeira.
LINKS! LINKS! E MAIS LINKS!
gonçalo júnior, o ninja autor de a guerra dos gibis e ciou da editora noir é o autor da bio do evaldo braga (que já rolou aqui nos links, em 2023). mas hoje o evaldo é assunto e o livro volta a dar pinta por aqui:

sangue e areia, no memória globo:
https://globoplay.globo.com/v/2122003/
a história da cenoura e o inferno astral de mario gomes.
o culto do ser supremo de robespierre:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Culto_do_Ser_Supremo
eu não sou cachorro não, leitura obrigatória:
a noite em que waldick soriano redesenhou o society carioca: https://www.revistavidabrasil.com.br/?p=1166
waldick no chacrinha, com beki na plateia. o som não é o original:
o memória musical na rádio usp:
o trailer de a diarista
na playlist # 83 de na corda bamba:
Só digo que ela abre e fecha com Caçulinha, que partiu por estes dias. Fora do hype, fora do cult, Caçulinha era um choque de monstro da escola auditório-rádio-baile-tv. E como todo choque de monstro de sua geração, transitou por todos os ritmos. Como a corda é mais do que chegada em cubanidades, começo com o sufixo do Sai de Baixo.
Caçulinha # The Square Set # Evaldo Braga # John Coltrane # Meshell Ndegeocello # Les Nubians # Yma Sumac # J Noa # Timmy Thomaz # Trio Irakitan # Dianne Reeves # Kip Hanrahan # Cal Tjader # Marcelo Callado # Marion Black # Gabriel Thomaz # Malária # Ronnie Von # Arnaud Rodrigues # Mike Bloomfield # Sierra Ferrel # Orville Peck & Beck # Orville Peck & Bu Cuaron # Stevie Wonder # Maysa (outra, não a brasileira) # Vanusa # Besouro Mulher # Erasmo Carlos & Marina Sena # Carla Bley # Roberto Riberti # Germano Mathias # André Domingues # Ronaldo Adriano # Claudio Adriano # Marconi Notaro # Ary Lobo # Maria Alcina # Gale Garnett # Eydie Gormé & Trio Los Panchos # Edy Star # Chico Buarque # João Bosco # Odair José # Roberto Carlos # Kool & The Gang # Miltinho # Taiguara # Jair Rodrigues # Caçulinha

e a playlist!

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