na corda bamba 157 e as ruas e as pessoas que insistem em viver no passado abestado.

No reino encantado da Vila Madalena existe uma rua chamada Purpurina. Também existe a rua Harmonia, a Girassol e a Wizard (que o povão sabidamente chama de Uizárdi). No meio de tanta psicofofurice, existe uma rua chamada Rodesia. O fato desta rua ter sido batizada assim não surpreende. O inacreditável é ela continuar emplacando este nome. Cheguei aqui em 2013 e nunca vi um abaixo-assinado sequer pedindo a mudança. Onde você mora? Na rua Rodesia. Ah, a gente mora pertinho, eu moro na Dan Mitrione com Benjamin Nethanyahu. Vamos tomar um café, na padoca do Brilhante, sabe? Aquela que fica quase na esquina com a Ustra? Esta mesmo… Vendedores e compradores de camisetas do Bob Marley da Vila Madalena uni-vos! A mudança depende de vocês. Ou chamem o síndico. No reino encantado da Pauliceia, existem pelo menos 4 museus magníficos e, para mim, o mais importante de todos é o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. O Museu Afro tem um conselho administrativo formado por 11 pessoas. Sete delas, são brancas. Esta semana o conselho tirou do comando do Museu, o curador Hélio Menezes. Conheci o Hélio através da artista Rosana Paulino, quando gravei a série Raiz, Arte Afro Brasileira Contemporânea, que estreia ainda em 2025. Hélio estava fazendo um trabalho impecável por lá. Acho que boa parte dos conselheiros do Museu Afro são moradores da rua Rodesia. E os que não moram, pensam que vivem na Rodesia. Mas a Rodesia acabou. Desde 1980, ela se chama Zimbabwe. Talvez quando a rua da Vila Madalena mudar de nome, o Museu também passe a ter um conselho mais inclusivo e menos iansmitiano. Ian Smith foi o primeiro ministro da Rodesia. Em 79 ele disse que levaria pelo menos uns 1000 anos para os negros tomarem o poder no país. Ele caiu pouco depois. Na playlist de hoje, Tim Maia e Bob Marley cantando Rodesias e Zimbabues. Na Corda Bamba 157 tá na rede. Quem quiser assinar, é só chegar nos botões vermelhos lá de baixo, ou contribuir com qualquer valor na chave pix fabpmaciel@gmail.com Saravá!

soldado da rodesia interroga camponeses na fronteira com botswana. foto: Ross Baughman. 1977
doces finos para as massas da vila madalena

Vá ao cinema, não mate a família e chame os amigos, as amigas, amiguis, amoguis, ameguis, amigus…

quando o brasil era moderno na piauí

QUANDO O BRASIL ERA MODERNO segue em cartaz em sp no Espaço Petrobras de Cinema, Rua Augusta 1475

QUANDO O BRASIL ERA MODERNO estreia dia 02 em Niterói, no Reserva Cultural Niterói – Avenida Visconde do Rio Branco, nº 880, 20h Depois da sessão, eu converso com o historiador e jornalista Carlos Eduardo Lima.

QUANDO O BRASIL ERA MODERNO estreia dia 03 no Rio de Janeiro, Cinesystem Belas Artes Botafogo – Praia de Botafogo, 316 -20h. Depois da sessão, eu converso com o arquiteto e urbanista Humberto Kzure

*depois da memória, a juventude:

aos poucos vou me esquecendo de um monte de coisas, biotônico fontoura, fosfosol, mas por outro lado, aos poucos vou vendo muita coisa que não pude ver nos últimos dez anos, porque tinha mais o que fazer. juventude é um filmaço! tem michael caine e harvey keitel à vontade, tem a rachel weisz esbanjando num filme reflexão sobre eterna juventude, fonte dos desejos, consumo, fartura, mal estar e desencanto. paolo sorrentino é mesmo um craque.

*fito paes entrou num falcon azul, jogou a juventude no lixo e se perdeu na pasta frola mileizante

fito precisa de luz

*agora é assim nos states: caiu na rede, é truta

prá entrar você tem que mostar sua rede social. ou você cai na rede ou você baba na rede. hey you! you are not social club. e se você não tem rede, você é antissocial e não entra também. portanto: todo mundo tem que nadar na rede. e todo mundo tem que bater periquita pro sargento pimenta.

*representantes da otan sorrindo junto com trump. tarcisio sorrindo com bolsonaro *hugo motta sorrindo com alcolumbre * de sorriso em sorriso, tomamos no cu.

*o vídeo vinheta da corda bamba é do darcy ribeiro no roda-viva enquadrando a turma do estado mínimo:

a parada anda tão destrambelhada que até o globo teve que admitir que privado, nem banheiro público:

*conheça seus aliados:

@mandi.rebeldia, trotskista coloca pra correr um vereador cu sem pestana do mbl. muito bem mandi!

guilherme vasconcelos mandou:

seleção campeã

*A capa desta corda mostra uma obra do baiano Aurelino dos Santos, em exposição organizada por Hélio Menezes no Museu Afro. A Corda Bamba super agradece a chegada de Lucila Pastorello, Reinaldo Volpato e o retorno de Carlos Alberto de Mattos. Saravá!

LINKS! LINKS! E MAIS LINKS!

o fim da rodésia. o nascimento do zimbabwe.

O texto da artista Rosana Paulino sobre a saída de Hélio Menezes do Museu Afro Brasil:

É, de fato, preocupante a situação do Museu Afro Brasil. Contra números não há argumentos. A reportagem assinala que, de um conselho formado por 11 pessoas, sete são brancas, sendo que apenas duas, algumas vezes três, realmente estavam lutando por mudanças na instituição. Na prática, isso se manifesta em uma gestão amplamente contrária à implantação dos interesses da comunidade artística negra. É sintomático que o Museu tenha apenas a lamentar o que eles chamam de “comentários pessoais direcionados aos membros da administração”. Não são comentários pessoais, já que não se trata de maledicências ou coisa do gênero, mas de constatar que, em uma instituição que trata da cultura negra, pessoas brancas, alheias ao mundo das artes visuais e às mudanças que nele ocorreram nos últimos 20 anos, tenham a palavra final sobre o museu.

Chama a atenção que, em um momento em que o museu deveria estar se preparando para receber delegações e representantes de instituições internacionais, já que estamos a dois meses de uma Bienal de São Paulo com forte presença negra, a instituição esteja sem um diretor curatorial e imersa em uma séria crise. As colocações feitas pelo ex-conselheiro Wellington Souza, uma forte liderança ligada a movimentos sociais negros, dão uma boa visão do que está acontecendo. De minha parte, posso acrescentar que várias pessoas que têm poder de decisão no Museu desconheciam quem eu era. O mesmo ocorreu quando Hélio entrou na instituição. Estou há mais de trinta anos trabalhando, atuando como professora e formando novas/os artistas afrodescendentes. Como pessoas que não conheçam minha trajetória ou a de Hélio na arte afro-brasileira estão aptas a gerir um equipamento como o Museu Afro? Saber sobre o ambiente artístico ao qual o museu está ligado seria o mínimo a ser esperado delas. E nem vou citar questões ligadas à contratação do Hélio, pois já aparecem no texto.

bob marley canta zimbabwe:

pra não esquecer: a lista dos torturadores da ditadura militar brasileira

juventude, o trailer:

a crítica plano crítico de juventude:

mazzy star!

na playlist # 128:

lalo era impossível
e a juliana perdigão é mais impossível ainda

lalo schifrin abre e fecha esta corda, a sensacional juliana perdigão pipoca nesta corda torda noriel vilela na briga das pedras com as ondas do mar o marisco é sempre o coitado, quem disser que eu lhe procuro, se enganou meu bem, esta onda é muito boa e na onda chega batatinha numa homenagem pra paulinho da viola e tim maia, que sabia que na rodesia a situação não tava legal e se com a banda isca de polícia itamar assumpção já arrumava tanta encrenca, agora que são elas…supla é político? é pirata? novos baianos quanto mais legal é tudo mais azul o horizonte # quando cal tjader chega na parada tudo fica maré mansa e quem não dança guajira con arpa segura a criança e deixa el dragón criollo lascar os canos, e céu canta carinhoso até parece que o mundo pode ser legal. quando ana cacimba canta dá vontade de ir pra gira com ela. quando as moças do folk bitch trio cantam, dá vontade de estar perto delas, aí pinta a juliana perdigão de novo, com a dúvida 9. quando russo passapusso canta erasmo carlos também parece que o mundo pode ser melhor e que poderia seguir no modo silly love songs, daquelas pra ouvir no rádio, no trânsito, no meio da tarde de um dia descompromissado, como nesta levada sapatinho de el michels affair com florance adooni e aí ninguém tá com pressa de chegar, nem em casa, nem onde for, só pra seguir ouvindo mayer hawthorne e depois o herbert viana, o funkadelic e pra cantar bob dylan: the isley brothers e toni platão. vida segue com crosby,stills and nash, nouvella e letrux, + juliana perdigão, caraca, como ela é foda, itamar assumpção, pepeu gomes num choro pra toninho cerezo, beck, elvis presley, beck novamente, mazzy star (da hope sandoval) e cat power pra seguir na mesma espaçonave; juan galeano, raul seixas cantando sessão das 10 dá vontade de ouvir lindomar castilhos, mas a vontade passou e o bonde segue com fernando falcão, senndy, ferry djimmy, bob marley & the wailers, caetano veloso cantando chico buarque morena dos olhos d’água # antônio neves, nelson ângelo, art pepper, marcos valle e carioca. numa quadra samba de primeira + rumba de terceira. antes da curva: norah jones e john legend, hope sandoval & the warm inventions # nos 50 metros finais, juliana perdigão com arnaldo antunes, the cure e lalo schifrin pra fechar a parada!

beck: estreia steropatética
bob marley saudando o zimbabwe

e a playlist # 128!